2 – Ano XCV • N0 125
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 10 de julho de 2018
Governo do Estado inaugura o segundo
módulo do Centro Cultural Cais do Sertão
Localizado no antigo Armazém 10, do Porto do Recife, o espaço foi projetado para promover
o diálogo entre tradição e inovação, imergindo o visitante na atmosfera sertaneja.
Obras executadas pela Secretaria de Turismo custaram R$ 25,4 milhões.
Governo de Pernambuco entregou, na última sexta-feira (6), o segundo módulo do Centro Cultural
Cais do Sertão – Museu
Luiz Gonzaga. O equipamento, um prédio de aproximadamente 5,5 mil metros quadrados, localizado
no antigo Armazém 10, do
Porto do Recife, busca dialogar tradição e inovação,
imergindo o visitante no
universo sertanejo.
O Centro Cultural, projetado para trabalhar a atmosfera do Sertão, conta
com salas de aula para cursos, auditório multiuso com
232 lugares, espaço para
exposições temporárias, jardim suspenso, um café-bar e
um restaurante na cobertura,
com vista para o mar, para o
Porto do Recife e para a
cidade. Com um investimento de R$ 25,4 milhões,
as obras foram executadas
pela Secretaria de Turismo,
O
Esportes e Lazer de Pernambuco, por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação
do Turismo (Prodetur), com
recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com patrocínio da Compesa, da Companhia Editora de Pernambuco
(Cepe) e de Suape.
“O Cais do Sertão é um
grande equipamento que
vem coroar todo o nosso potencial cultural. O espaço
vem complementar o Cais I,
deixando de ser só um museu e acompanhando essa
tendência mundial, que tem
o museu permanente, a exposição temporária, de café,
de restaurante e de auditório. Então aqui é uma área
para múltiplas apresentações e ações, tanto na área
de cultura quanto na área de
turismo. São muitas potencialidades num equipamento só”, afirmou Manoela
Marinho, secretária-execu-
F OTO : D IVULGAÇÃO
NOVA área conta com restaurante, café-bar, auditório multiuso e espaço para exposições
tiva do Prodetur.
O espaço de exposição,
que conta com três das quatro salas ocupadas, também
foi inaugurado. As mostras
são: “Ela musa artista”, uma
coletânea de arte feminina;
“Autovacilo”, com pinturas
do coletivo Vacilante; e
“Avoenga”, com trabalhos
de Ariano e Dantas Suassuna. As três exibições terão
duração de dois meses (julho
e agosto) e estarão abertas
para visitação no horário de
funcionamento do museu.
O coordenador do Centro
Cultural, Toinho Mendes, registrou a importância do espaço para a cultura local. “O
Centro Cultural vai continuar
sendo a expressão de tudo
aquilo que a gente gostaria
que o museu fosse. E será
aqui, no Centro Cultural, que
as nossas ideias, as nossas
conquistas vão tomar vida,
em todos os espaços que a
gente tem espalhados aqui”.
O funcionamento do complexo cultural será das 9 às
17h, de terça a sexta, e das 13
às 17h aos sábados e
domingos. A entrada será
gratuita nas terças-feiras.
Nos demais dias, os ingressos custam R$ 10,00 (inteira)
e R$ 5,00 (meia), para estudantes de até 24 anos que
apresentarem comprovação.
Idosos a partir de 60 anos,
crianças até 5 anos, pessoas
com deficiência, professores,
profissionais de museus e de
turismo não pagam.
ESCRITORAS E POETISAS SÃO DESTAQUES NO FIG 2018
Recitais, lançamentos de livros e debates ocupam a Praça da Palavra, que neste ano presta homenagem
ao escritor Raimundo Carrero, no polo literário do Festival de Inverno de Garanhuns.
Ao propor a liberdade como tema do 28o Festival de
Inverno de Garanhuns (FIG), a curadoria do evento joga luz
sobre temas importantes, que precisam ser cada vez mais
discutidos abertamente, como a igualdade de gênero.
Reconhecer privilégios de um lado e buscar soluções para
dar o protagonismo necessários e urgentes a outros. Foi
pensando nisso que a programação da Praça da Palavra
Raimundo Carrero, o polo literário do FIG 2018, traz este
ano uma programação que busca dar voz e vez a todos que
produzem literatura no Brasil.
Um dos destaques deste ano é a presença de Cida
Pedrosa, secretária da Mulher da Prefeitura do Recife,
escritora e poetisa, autora de livros como As Filhas de Lilith
(2009) e Claranã (2015), que abre um debate importante,
intitulado Protagonismo Feminino na Literatura. Os
encontros começam no próximo dia 22 e vão seguir ao
longo de toda a programação da Praça da Palavra.
Segundo Cida, apesar do título, não é a primeira vez que
o FIG trata a literatura feminina com protagonismo. “Eu,
por exemplo, já lancei As Filhas de Lilith, num projeto com
incentivo do Funcultura e que resultou também no
lançamento de 26 curtas, inspirados nas minhas poesias.
Mas acredito que, com este título, sim, é a primeira vez que
temos esse debate”, opina ela. Outras autoras que
participarão desses encontros são Daniela Galdino (BA),
Fernanda Limão (PE), Graça Nascimento (PE) e Ivonete
Batista (PE).
F OTO : E LIMAR C ARANGUEJO /S ECULT-PE
CIDA PEDROSA (dir.) vai falar sobre literatura feminina
Sobre o que o público pode esperar das conversas entre
as autoras, Cida fez algumas provocações. “A presença
feminina na literatura brasileira é muito recente. No Brasil,
a mulher só começou a ir pra escola há 200 anos. Temos
uma Academia Brasileira de Letras (ABL) com seis
mulheres e uma Academia Pernambucana de Letras com
nove. Isso num total de 40 vagas”, explica.
“Existe uma pesquisa que eu adoro citar, feita por uma
socióloga que analisou 200 romances. Desse total, 75% dos
personagens protagonistas eram homens, apenas 15%
mulheres e 3% negros ou homossexuais. Estamos lendo o
que? Escrito por quem? Com o olhar de quem? São essas
coisas que vamos provocar nesses encontros”, revela a
poetisa, que elogiou a companheira de debate no dia 22 de
julho, a poetisa Daniela Galdino (BA). “Eu só a conhecia
pela internet, mas há dois meses tivemos um Sarau no
Pasárgada, com a presença dela, e foi lindo. Ela tem uma
poesia empoderada e voltada para a mulher muito
interessante, e usa o corpo enquanto espaço de performance. A poesia está no livro, no gesto, na pele e no olhar.
É incrível”.
Também na veia poética, no dia 23 de julho, uma
atividade inédita aporta no FIG. Haverá uma edição do
Slam das Minas, batalha de poesia voltada para mulheres.
Segundo Bell Puã, uma das participantes do Slam das
Minas PE (e que inclusive representou o Estado e o País na
competição internacional realizada na França, em maio
passado), a ideia é fazer um recital entre todas as meninas
que já são do movimento.
“Mas também teremos uma hora com o microfone aberto
pras mulheres que quiserem recitar algo, só não vai ser em
formato de batalha”, detalha. Além da Bell Puã, participam
do Slam das Minas PE as poetisas Amanda Timóteo, Lilian
Araújo, Olga Pinheiro e Patrícia Naia. “Pra gente é uma
felicidade muito grande participar de um festival do porte
do FIG, que a gente já curtia como público, e agora vamos
aproveitar como artistas”, celebra Puã.